Fortalece e enfraquece. Liberta e aprisiona.
E quanto mais a gente pensa sobre ele, menos se consegue entendê-lo.
Eu me pergunto se existe algum tipo de alavanca que só o amor consegue acionar. Como em A Espada Era a Lei, que somente o Rei Arthur podia, sem o menor esforço, retirar a espada daquela pedra tosca. Porque o amor é capaz de transformar a tristeza mais fúnebre na felicidade mais inebriante - e vice-versa - em um intervalo de um segundo.
Queria saber se existe algum mecanismo adormecido dentro da gente, que passa a funcionar quando é atingido pelo amor, mudando tudo o que existe por dentro. Tudo o que parecia se bastar, mas não se bastava. Tudo o que parecia perfeito, mas não era.
Embaralhando todas as peças do quebra-cabeça há muito esquecido, abandonado, para depois, encaixar todas em uma inacreditável perfeição. Apenas o amor se basta em si. Ou não.
Seria breve? Humano, que vive quando desperta, e morre quando adormece. Será possível amar e desamar várias vezes uma mesma pessoa?
Ou seria eterno, como tantos dizem por ai? Como aqueles que gostamos de ver nos cinemas. Moulin Rouge, Titanic, O Diário de uma Paixão. Paixão. Até hoje eu não sei qual é a linha tênue que a separa do amor.
Bem, o fato é que não adianta o quanto se especule, filosofe, indague. Se tantos sábios, desde os primórdios, tentaram em vão decifrá-lo, mesmo que eu pense sobre ele durante toda a minha vida, nunca vou chegar a uma conclusão. Nunca conseguirei fazer do amor um conceito. Porque ele não é -nem nunca será - certo, imutável, concreto. Não existe receita, partitura ou fórmula matemática. Eu assim + você assado = love is in the air. Não há poema completo o bastante que possa definí-lo com exatidão. Ele não tem (quase) nada de exato.
A única certeza, ainda que vaga, que eu tenho sobre o amor, é que ele, de uma forma ou de outra, nos traz o sentido que passamos uma vida procurando. É, porque mesmo que não saibamos o quê ou porquê procurar, estamos sempre em busca de alguma coisa. Ai vem o tal do amor, com a sua simplicidade e grandiosidade tão lindas na essência - e complexidade em todo o resto - e preenche um vazio que nem sabiamos existir, fazendo-nos entender a plenitude antes desconhecida, e acreditar que a vida e tudo de bom e ruim que a acompanha realmente valem à pena. Quando se vive sem o amor, para quê se vive?
E eu ainda tô com a sensação de que esse texto tá totalmente incompleto e mal-acabado. Não diz nem a metade do que eu queria dizer. Mas se fosse diferente, eu estaria me contradizendo, afinal.
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