domingo, 10 de agosto de 2008

Dia dos pais.

Se eu pudesse escolher qualquer dia do ano pra me dividir em duas, eu escolheria, sem dúvidas, o segundo domingo de cada mês de agosto. Seria hoje... e então, estaria tudo muito bem.

Dia dos Pais é um assunto que me deixa sensível.
Geralmente tem aqueles almoços de dia dos pais, em que a família se reune e fica todo mundo feliz.
Mas e eu, que tenho dois pais, como faço???
Eu não tenho direito de escolha. Vou almoçar com o biológico e pronto. Tudo programado.
Talvez seja sorte eu não poder escolher. Porque se eu pudesse, o que eu faria?
Escolher entre um e outro é simplesmente impossível. Eu ficaria triste se o fizesse.
Mas não vou negar que eu fico triste quando os meus pais saem de casa pra almoçar com os meus irmãos nesse dia, e eu fico. Esperando pra almoçar em outro lugar.
Fico triste de não poder passar com o meu padrasto, também. Porque ele sempre foi meu pai, sem a obrigação de ser. Foi ele que me ajudou com os deveres de casa quando eu era criança, que ficou preocupado e acordou no meio da madrugada pra me levar no médico e pra me buscar nos quinzolas da vida, que conhece o meu gosto musical, o meu humor matinal, os meus defeitos e qualidades. Foi ele que me botou no colo enquanto eu chorava, não importa o motivo. Poderia ser briga com a mamãe, briga com amigas, nota baixa ou coração partido. Ele sempre estava ali pra mim e sempre está.
Ele é o meu pai em todos os outros dias do ano, não tem como não ficar triste de não poder ser a "filhona" dele no dia dos pais.
Eu queria que ele soubesse de tudo isso. Eu queria que ele soubesse que eu choro quando eles saem. Não pra ele me botar no colo, como de costume, mas pra que ele soubesse que eu me importo. Mas eu sou covarde demais pra falar. Covarde demais até pra demonstrar. Covarde demais.
Então a única coisa que eu faço é abraçá-lo e dizer : "Feliz dia dos Pais, paizinho!", com o coração na mão por não ter dito mais nada.

Feliz dia dos Pais, paizinho. Você é e sempre será o meu pai do coração e ninguém nunca será capaz de mudar isso. Meu pai e amigo. Muito obrigada por ter escolhido me amar como filha. Muito obrigada por tudo.

E esse é o meu jeito covarde de dizer que eu te amo, sem que você saiba.

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