Sentimento é uma coisa complicada. Quisera eu poder ter o controle sobre o que eu sinto, penso e acredito. Me pouparia de muita dor de cabeça - e de cotovelo.
Como eu queria poder perdoar com a facilidade com a qual se bebe água para matar a sede ou se usa um cobertor para matar o frio. Queria algum remédio mata-ressentimento, e que fosse poderoso ao ponto de me deixar mais leve, mais simples, e acabar com cada lembrança, cada pontinha de mágoa restante.
Muitas vezes, uma simples palavra dita - ou não dita - é capaz de de dar uma reviravolta em tudo o que costumávamos acreditar, e provocar tantos sentimentos o quanto formos capazes de sentir. Se é que existe um limite.
Queria que existisse um botãozinho do "não se importar". E ao acionarmos, todas as chateações simplesmente sumissem e que aquela idéia de "eu sou mais forte do que isso" fosse realmente mais forte.
Queria esquecer.
Acho que o perdão e o esquecimento estão absolutamente ligados um ao outro. Não existe perdão se a lembrança ainda machuca, se a mágoa ainda é cobrada de quem a provocou, mesmo que intimamente.
É como uma ferida aberta que ficamos cutucando para não cicatrizar. Quanto mais se cutuca, mais dói. E o remédio que de imediato tentamos aplicar, vai perdendo a eficácia.
Seriam as emoções a fraqueza do ser humano? Ou seriam o impulso que nos leva à vontade de viver, de continuar, de lutar?
Porque, por todos os sentimentos mais bonitos que ainda existem e que sempre vão existir, vale à pena.
Assim como o perdão.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
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